18/03/2024

Uma reflexão quaresmal: Mors peccatorum pessima

 Dr. Tronchin, médico protestante que acompanhou os últimos momentos de Voltaire, escreveu: "Quisera eu que todos aqueles que foram seduzidos pelos livros de Voltaire tivessem testemunhado a sua morte". Voltaire morreu, segundo relatos de testemunhas oculares: com gritos de desespero, auto-laceração e deglutição da própria urina e excrementos.

O mundo se seduziu com os escritos de Voltaire. Até hoje seus livros são editados e ensinados livremente (vejam na Amazon). Daí podemos ter uma ideia de como morrerão seus discípulos atuais.

14/03/2024

No, Mr. Feynman, you are wrong! Parte II

"Deus sempre foi inventado para explicar o mistério. Deus sempre é inventado para explicar aquelas coisas que você não entende."

-- Richard Feynman (1918 -1988)

Pensem bem no que Feynman está falando. Que os povos, as civilizações inventaram Deus, ou deuses, para descobrirem mistérios, coisas que eles não entendiam. 

Pensem nos gregos perguntando ao Oráculo de Delfos sobre leis da física, sobre a água salgada do mar, sobre o movimento da lua, etc. 

Agora pensem no Deus verdadeiro, no Deus de Abraão, Isaac e Jacó. Pensem se esse Deus foi inventado. Um Deus que libertou Seu povo do Egito, alimentando-o com o maná que caia do céu todos os dias, durante 40 anos. Essa seria a maior invenção do mundo. 

Pensem também que lei da física, que mistério insondável do universo esse Deus ensinou ao povo escolhido. Ao invés disso, Ele deu a Moisés os Dez Mandamentos. Esse Deus estava muito mais preocupado com as leis morais do que com a leis da física.

Esse mesmo Deus, quando Se fez Homem não explicou aos homens sobre leis obscuras da natureza. Ele disse para os homens primeiro procurarem o Reino de Deus e a Sua Justiça.

10/03/2024

No, Mr. Feynman, you are wrong! Parte I

 "Deus sempre foi inventado para explicar o mistério. Deus sempre é inventado para explicar aquelas coisas que você não entende. Agora, quando você finalmente descobre como algo funciona, você recebe algumas leis que você está tirando de Deus; você não precisa mais dele." 

-- Richard Feynman (1918 -1988)

Quanta ignorância num homem tão inteligente. Um dos maiores físicos do século XX, ganhador de Prêmio Nobel de 1965. Trabalhou na área da física quântica.

Ele defende aqui a doutrina idiota do Deus das Lacunas.

Sobre coisas que você entende e não entende e sua relação com Deus, Feynman tem uma frase muito famosa sobre a mecânica quântica: "Acho que posso dizer com segurança que ninguém entende a mecânica quântica." Ora, se ninguém entende a mecânica quântica, devemos dispensar Deus? Não precisamos mais d'Ele?

05/03/2024

Laico, pero no mucho

 A UFMG, universidade em que fui professor durante 36 anos, está implantando uma atividade denominada "Práticas meditativas". A divulgação da atividade nos informa que: "as práticas meditativas oferecidas são laicas e informadas por resultados de pesquisas da área de neurociência".

Mais abaixo o panfleto de divulgação cita o criador do método que será aplicado: Jon Kabat-Zinn. Só precisei consultar a Wikipedia para saber que o tal Jon Kabat-Zinn é membro fundador do Centro Zen de Cambridge e que ele passou a integrar seus conhecimentos budistas e prática de ioga na ciência médica. Pelo que sei o Budismo é uma das tradições religiosas da humanidade. 

A academia abraça descaradamente o Zen Budismo travestido de neurociência e chama isso de atividade laica.

A palavra laica, quando usada na academia, significa simplesmente não-cristã. Buda pode entrar na academia, Cristo não!

25/02/2024

Lex orandi, lex credenti

 Lex orandi, lex credenti foi uma expressão muito usada depois que Paulo VI instituiu a Missa Nova. A expressão significa que mudando a forma da oração, muda-se a forma da crença. A Missa é a oração máxima da Igreja, a forma mais perfeita de adoração a Deus.

Mas como a Igreja chegou a essa mudança? Aqui, outra expressão latina entra em cena: lex studenti, lex orandi. Da forma com que se estuda, depende a maneira com que se reza. Ora, desde a Renascença a Igreja vem permitindo invasões subversivas em seu ensino, a começar pelo abandono de Santo Tomás e a receptividade de Descartes.

A preparação para a mudança da forma de oração foi feita por meio da mudança nos estudos, principalmente nos seminários e mosteiros. Assim, foi possível nos anos 1960 a mudança na oração máxima da Igreja: lex studenti, lex orandi, lex credenti.

23/02/2024

Os católicos modernos

 Os católicos modernos gostam de adicionar à sua condição religiosa um adjetivo: se dizem católicos progressistas ou católicos conservadores. É recomendável a esses católicos auto-adjetivados a reflexão abaixo.

"O mundo moderno inteiro se dividiu em conservadores e progressistas. O negócio dos progressistas é continuar cometendo erros. O negócio dos conservadores é evitar que os erros sejam corrigidos. Mesmo quando o revolucionário se arrepende de sua revolução, o tradicionalista já a está defendendo como parte de sua tradição. Assim, temos dois grandes tipos: a pessoa avançada que nos leva à ruína e a pessoa retrospectiva que admira as ruínas." - G.K. Chesterton

21/02/2024

Um pouco de matemática e um devaneio sobre os números primos

 Euclides nos ensinou que os números primos são aqueles que formam todos os números naturais e não são formados por nenhum outro número, exceto por si mesmos. 

Em certo sentido, são números puros e íntegros. Não se misturam com os outros, que não o dividem, por nada nesse mundo. Ou seja, um número primo não é dividido por nenhum outro número. É um durão, um número intolerante. Mas é também um número generoso, porque forma todos os outros. 

Tomemos os três primeiros primos: 1, 2 e 3. Estes formam o 4, 2+2. Formam o 6, 2 + 2 + 2. Formam o 8, 2 + 2 + 2 + 2. Formam o 9, 3 + 3 + 3. E assim por diante. 

Pela sua pureza, inteireza e generosidade eles formam todo o universo dos números naturais. Não temos aqui uma bela analogia para a nossa Fé: pura, íntegra e caridosa?