26/01/2009

Blogueiro também tira férias

Tem leitor reclamando, com razão, da falta de posts deste blog. Recomeço hoje as atividades do blog. Vai demorar um pouquinho ainda um novo post, mas desta semana não passa. Sim, a tradução de Hereges vai continuar, até quando Deus quiser.

06/01/2009

Lições das Missas dominicais pós-Vaticano II – Adendo I

Desde que passamos, na Missa nova de Paulo VI,

1. A ter um presidente e não um celebrante; e
2. A celebrar um banquete memorial e não uma Ação Sacrificial,

perdemos totalmente a consciência da eternidade do Sacrifício que Cristo fez por nós. Os católicos não temos a menor idéia de que o Sacrifício incruento que celebramos em todas as Missas é simultâneo, para quem o vê da eternidade, ao Sacrifício cruento que Cristo fez por nós lá no Calvário. O sentido de eternidade como simultaneidade de todos os momentos se perdeu! Daí, a idéia sacrílega de memorial, de lembrança apenas. Essa é uma idéia protestante que a Missa nova incorporou.

Com essa catolicidade decaída, prostituída, vilipendiada, lemos com espantosa tranqüilidade a seguinte notícia (Estado de Minas, Caderno de Esporte, 06/01/2009)[são meus os negritos]:

“O padre Gilson celebrou ontem à noite a missa em ação de graças pelos 88 anos do Cruzeiro, completados na sexta-feira. O presidente Zezé Perrella e o técnico Adílson Batista prestigiaram a cerimônia na sede do clube, na Rua Guajajaras, no Barro Preto.”

Então, como tudo não passou de um banquete de lembrança de algo que ocorreu há milênios, a festança foi prestigiada pelo presidente e o técnico do Cruzeiro. Quem estava (e está) morrendo na Cruz, no madeiro, teve o privilégio de ver, lá embaixo, as duas famosas figuras.

Agnus Dei, qui tollis pecáta mundi: miserére nobis!


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04/01/2009

Lições das Missas dominicais pós-Vaticano II – Parte XIV

O Evangelho deste domingo, 04/01/2009, na Missa de Paulo VI (e também na Missa de sempre), é Mt. 2, 1-12, a história dos Três Reis Magos.

É uma história belíssima e que só aparece no Evangelho segundo Mateus. Nada de mais, pois os evangelistas escreveram seus textos tendo em vista propósitos específicos de quem procuravam evangelizar. E, lembremos, que só uma pequena parte das coisas de Jesus foi contada pelos quatro evangelistas: “Há ainda muitas outras coisas feitas por Jesus, as quais, se se quisesse escrever uma a uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seria preciso escrever” (Jo. 21, 25).

Pe. José Bortolini nos brinda com um artigo ao final do folheto “O Domingo” intitulado “A importância de seguir uma estrela”. O entendimento do padre sobre o episódio evangélico é verdadeiramente espantoso.

Ele diz: “Daí, no evangelho, a preocupação dos astrólogos – erroneamente chamados de magos ...”. A Escritura Sagrada é a palavra de Deus e ela não pode estar errada. Bem, esse é o princípio básico de qualquer exegese católica, ou, pelo menos, devia ser. “Entre os gregos dava-se o nome de magos aos sacerdotes e sábios persas, medos e babilônios que se dedicavam ao estudo das coisas divinas e naturais, especialmente à ciência dos astros”, nos diz o Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Novo Testamento, Edições Paulinas, 1967). Assim, os magos eram provavelmente astrólogos (e astrônomos), mas não há erro em Mateus.

Prossegue o Pe. Bortolini: “Verdade ou lenda, o episódio dos ‘reis magos’ tem uma mensagem tão clara ...”. Como assim, padre? Verdade ou lenda? O senhor duvida que a estrela realmente existiu? Dos reis ou astrólogos o senhor parece não duvidar. Se for lenda o que são Mateus nos conta neste ponto do Evangelho, o que mais é lenda aí? O senhor duvida de que Deus poderia enviar um sinal sensível para indicar o lugar em que seu Filho teria nascido?

Santo Agostinho nos diz, em duas passagens, palavras sábias.

“Jesus não se manifestou nem aos sábios nem aos justos, mas prevaleceu a ignorância na rusticidade dos pastores e a impiedade nos magos sacrílegos da Caldéia. A uns e a outros se oferece aquela pedra angular, porque se escolheu a ignorância para confundir os sábios e não chamar os justos, mas os pecadores, para que nenhum poderoso se ensoberbecesse e nenhum débil se desesperasse” (Segundo Sermão sobre a Epifania).

“Aos pastores o nascimento de Cristo é anunciado pelos anjos, aos magos, por uma estrela. O Céu, com sua linguagem, anuncia a uns e a outros, porque a voz dos profetas havia se extinguido. Os anjos habitam os céus e embelezam os astros; os céus cantam, pois, a uns e a outros as glórias do Senhor” (Sermões, 240,1).

Então, Pe. Bortolini, aprenda com Santo Agostinho: sinais sensíveis aos ímpios, anjos aos ignorantes. Nada aos sábios e justos.

Mas, sobre a estrela de Belém, há ainda outro comentário a fazer. Quem não acredita na estrela de Belém não deve acreditar também na “dança do Sol”, milagre anunciado com muita antecedência e realizado por Nossa Senhora em Fátima. Este foi presenciado por milhares (sim, milhares) de pessoas, separadas por muitos quilômetros de distância. Deu em jornais e foi comentado por centenas de “sábios” modernos. Como o Sol é também uma estrela, como ficamos Pe. Bertolini?

Sobre o título de rei dado aos magos, o padre comenta: “A monarquia era extremamente importante para o povo de Deus e o era, também para as comunidades de Mateus (...) O monarca concentrava as expectativas e as esperanças do povo – aquilo que hoje chamamos de cidadania.” Temos aqui uma original definição de cidadania e de como exercê-la. A cidadania é o conjunto de expectativas e esperanças de um povo, ou seja, o conjunto de desejos. Sob o ponto de vista jurídico o padre está falando que desejo é direito. Para sermos cidadãos devemos transformar nossos desejos em direitos. Mãos a obra, gente! Os gaysistas agradecem enternecidos.

O Pe. Bortolini nos brinda ainda com esta: “Um dado interessante salta aos olhos ao lermos atentamente este episódio: a estrela desaparece quando os magos chegam a Jerusalém, ...”. É mesmo, padre? De onde o senhor tirou isso? Não do evangelho, é claro. E, padre, o senhor acredita que isso passou despercebido por todos os grandes Padres da Igreja? A Catena Aurea não comenta nada parecido com essa “descoberta” do senhor. Parabéns!

Há ainda outro artigo no folheto, sobre a Campanha da Fraternidade. Sobre isso comentarei em outra oportunidade.

Que Deus nos mantenham católicos, apesar dos padres modernistas!

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