02/02/2009

Lições das Missas dominicais pós-Vaticano II – Parte XV

O Evangelho deste domingo, 01/02/2009, na Missa de Paulo VI, é Mc. 1, 21-28, que narra a expulsão de um espírito mau por Jesus na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado.

Um dos fatos mais incontestáveis do período pós-Vaticano II foi a reinterpretação que se deu da figura de Satanás, ou mesmo a pura descrença em relação ao maligno. O Pe. Grabriele Amorth, exorcista de Roma, responsável por mais de 20.000 exorcismos, em seu livro “Um Exorcista Conta-nos”, diz: “Erram completamente aqueles teólogos modernos que identificam Satanás com a idéia abstrata do mal: isto é heresia autêntica, ou seja, está em aberta oposição à Bíblia, à patrística, ao magistério da Igreja”. Diz ainda mais à frente, no mesmo capítulo: Já os mais antigos Padres da Igreja, como por exemplo, Justino e Irineu expõem com clareza o pensamento cristão sobre o demônio e sobre o poder de expulsar, sendo seguidos por outros padres, entre os quais Tertuliano e Orígenes. Basta citar estes quatro autores para envergonhar tantos teólogos modernos que praticamente não acreditam nos demônios ou não falam absolutamente nada sobre eles.

Um exemplo do que Pe. Amorth diz é o texto “Jesus ensina com autoridade”, de Pe Nilo Luza, no Semanário Litúrgico-Catequético “O Domingo” deste domingo. Note que o texto do Pe. Luza está exatamente na parte catequética do semanário.

Ao longo de todo o texto, o autor se refere ao demônio que Jesus expulsou como “espírito mau”, assim, entre aspas. Diz Pe. Luza: “Os ‘maus espíritos’ ou demônios podem ser símbolo de tudo o que desumaniza as pessoas. Podem ser nossos vícios, podem ser uma instituição ou organização corrupta, poder ser a ganância que nos atiça ao acúmulo e ao consumismo desenfreados ... Enfim, tudo aquilo que prejudica as pessoas, provoca miséria, tira a dignidade do homem e da mulher.” Notem só a abstração do mal de que fala Pe. Amorth. Aqui o demônio não é um ser angélico caído, mas uma organização, um vício específico, “enfim, tudo aquilo que prejudica as pessoas ...”.

Pe. Luza continua sua cantilena herética: “A reação do ‘espírito mau’ pode ser encontrada também hoje quando a Igreja denuncia as injustiças e a corrupção, ouvindo questionamentos como estes: Por que se mete na política e na economia? Por que não fica fechada em sua sacristia? Por que não resolve seus problemas internos?” Estão vendo? Pe. Luza está dizendo que o demônio abstrato está na política e na economia e que é aí que a Igreja deve atuar. Nada de sacristia!

Assim, exorcizar para este padre herege é combater as injustiças sociais e votar no PT. O demônio do evangelho, aquele ser demoníaco que dialoga com Jesus que o expulsa, para o Pe. Luza e seu catecismo é uma organização ou um vício, aquilo que prejudica as pessoas. Enfim, para os padres modernistas é muito antiquado acreditar no ser demoníaco, é coisa da Idade Média que, como todos (os modernistas) sabem, foi uma época retrógrada.


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