09/05/2012

Dúvida do leitor: julgamento particular e universal.

O leitor Roberto apresenta ao blog a seguinte pergunta, em comentário ao post Purgatório: Primeira visão - Purgatório é similar ao Inferno.

Prezado prof.Angueth, tenho uma dúvida acerca do tema: se haverá o juízo final, por que algumas almas são lançadas no inferno? Não deveria haver um "grande purgatório" para comportar todas as almas até o juízo e, só então, lançar os condenados ao inferno? Outra dúvida, se me permite, foi um argumento que li tempos atrás num livro espírita: como poderia uma mãe gozar verdadeiramente o céu sabendo que o filho que ama arde eternamente no inferno? Agradeço desde já sua atenção. Deus o abençoe.

Roberto, o Catecismo Romano ensina (I VIII 3) o seguinte.

“Todo homem deve comparecer na presença do Senhor em duas ocasiões: para dar conta de todos os seus pensamentos, ações e palavras, e para aceitar finalmente a sentença imediata do Juiz.

“A primeira ocasião é o momento em que cada um de nós deixa este mundo; a alma é levada incontinenti ao tribunal de Deus, onde se examina com a máxima justeza, tudo o que o homem jamais fez, disse, e pensou em sua vida”.

Este é o momento descrito por Santa Maria Madalena de Pazzi, na sequencia do trabalho de Pe. Faber, que será publicado proximamente.

Você pergunta: por que dois juízos? O Catecismo Romano responde: “Ora, os mortos deixam às vezes filhos que imitam os pais; parentes e discípulos que seguem e propagam seus exemplos e obras. Esta circunstância deve aumentar os prêmios ou castigos dos próprios mortos.”

Você pode imaginar aqui dois casos: Karl Marx, e o mal que ele e seus seguidores fizeram e ainda estão fazendo no mundo, e São Bento, cuja ordem que fundou deu ao mundo milhares de santos, mártires, beatos, apóstolos e missionários (Santos Agostinho de Cantuária, por exemplo) além de 9 papas. Compare a ruína de um e a glória de outro, depois do Juízo Final.

O Catecismo continua: “Além disso, em tudo que se faça durante a vida, os bons e os maus não prescindem da cooperação de seus corpos. Daí decorre, necessariamente, que as boas ou más ações praticadas devem atribuir-se também aos corpos, que delas foram instrumentos. Era, pois, de suma conveniência que os corpos partilhassem, com as almas, dos prêmios da eterna glória ou dos suplícios, conforme houvessem merecido. Isto, porém, não poderia efetuar-se, sem a ressurreição de todos os homens, e sem o julgamento universal.”

Aí está, Roberto, o cristalino ensinamento da Igreja, em comparação ao qual nenhum livrinho espírita tem qualquer significado. Aliás, recomendo-lhe fortemente jogá-los no lixo, caso ainda os tenha em sua biblioteca.

3 comentários:

Fábio Graa disse...

Prof. Angueth,

Lembrei-me de uma explicação de Deus Pai a Sta Catarina de Sena, nos Diálogos, em que Ele trata da situação de uma pessoa que esteja no céu venha a ter, por exemplo, um parente próximo seu, como uma mãe ou irmão, no inferno.

Deus diz que o amor a Ele nas almas santas é tão forte que elas consideram os inimigos de Deus como seus próprios inimigos, ainda que tais sejam seus parentes.

Depois, compreendendo que o inferno é um lugar onde se opera a Justiça divina, essas almas santas antes se alegram no cumprimento dessa justiça.

Grande abraço, professor.

Anônimo disse...

Prof. Angueth, sou muito grato a você e a pessoas como Olavo, Pe.Paulo Ricardo e outros pela minha conversão. Não joguei fisicamente o livro no lixo por pena, mas é o lugar adequado a ele. Agradeço ao Fábio ( acima) pelo complemento. Mais uma vez obrigado pela sua atenção na resposta. Deus o abençoe e peço que rezem por mim. Abraços, Roberto.

Anônimo disse...

Pensei bem Professor, joguei o livro no lixo. Tomei o cuidado de rasgar para ir direto para reciclagem e não cair na mão de algum desavisado como eu fui. Abraços. Roberto.