28/02/2013

Leitor inexperiente se confunde sobre São Luiz e Pe. Faber.

O leitor Pedro de Lima deixa um comentário ao post Dependência de Maria com o teor seguinte. Respondo a seguir.

Me parece que o padre Faber, assim como São Luís de Montfort, não foram lá muito perfeitos em retratar o papel de Maria, a retórica deles foi bastante inadequada, sob certos aspectos. Me parece que quem soube, do meu conhecimento, elaborar uma linguagem adequada ao assunto, embora não tenha o abordado muito diretamente, foi o Sr. Chesterton, em especial no livro Hereges, meu favorito dele. Ali está a chave para elaborar uma apologética decente em torno da questão. Certos sedevacantistas que eu leio procuram citar textos bíblicos, o que supõe uma descompactação que eles não sabem fazer; outros citam milagres, o que não funciona quase nada para quem não os presenciou, apenas irrita. São Luís Montfort declarou que escrevia o Tratado para camponeses pobres que não necessitavam fé, e nesse sentido ele usou uma bela retórica, mas como ele não ignorava que o livro receberia ampla divulgação tempos depois, o seu esforço precisa de alguma ajuda nos tempos atuais.

Permita-me dizer-lhe que você está equivocado em quase tudo o que diz. Falo assim, tão francamente, porque percebo em você a inexperiência da juventude.
 
Chesterton pouco fala de Maria em sua monumental obra. É verdade que ele fez alguns belos poemas para a Virgem Santíssima e é verdade que ela teve uma grande influência em sua conversão. Já escrevi sobre isso no blog.
 
Mas São Luiz de Montfort, juntamente com Santo Afonso Maria de Ligório, é o grande apóstolo mariano dos últimos três séculos. Seu tratado é uma obra-prima devocional que deve estar na cabeceira de todo católico. Ele diz no livro: “Falo, porém, aos pobres e aos simples que, por serem de boa vontade e terem mais fé que a maior parte dos sábios, creem com mais simplicidade e mérito, e, portanto, contento-me de lhes dizer simplesmente a verdade, sem me preocupar em citar todos os textos latinos, embora mencione alguns, mas sem os rebuscar muito.” Vê que você se equivoca acerca do que São Luiz fala. O Tratado de São Luiz publicado pela Editora Vozes já deve ter mais de 40 edições, o que prova que ele é bem atual e não precisa de nenhuma ajuda para atingir os homens deste nosso tempo.
 
Quanto ao Pe. Faber, temo que você não conheça a obra desse extraordinário servo de Maria. Antes de ler Foot of the Cross, não diga nada sobre ele. A obra dele é imensa e de uma fundamentação teológica e doutrinária irrepreensível. Aliás, Pe. Faber era muito estimado por ninguém menos que Chesterton! Ele também traduziu o Tratado de São Luiz para o inglês e é sua a Introdução da edição da Vozes que tenho.
 
Duas coisas são graves em seu comentário. Primeiro sobre os sedevacantista, que você não devia estar lendo, não saberem citar textos bíblicos em favor de Maria. Ora, quem sabe fazer isso são exatamente São Luiz e Pe. Faber (e claro, Santo Afonso, São Bernado, Santo Agostinho, São Bernardino de Sena, etc.). A segunda coisa é: que história é essa de que milagres não funcionam para quem não os presenciou? Se você é católico, esta frase não pode estar em sua boca! Você não acredita nos milagres de Nosso Senhor? Você não acredita nos milagres dos apóstolos?
 
Minha sugestão a você, Pedro: leia mais Pe. Faber, leia mais São Luiz de Montfort (leia, por exemplo, o Segredo do Rosário, ou Carta Circular aos Amigos da Cruz), leia mais Chesterton e pare de ler os sedevacantistas.

27/02/2013

Dependência de Maria

Pe. Frederick William Faber 

Nota: Pe. Faber deixou, com sua morte, uma quantidade enorme de notas manuscritas de diversas ordens. Umas faziam parte de trabalhos mais extensos que não puderam ser completados, outras eram pequenos artigos não revisados. Algumas outras parecem ser anotações para algum sermão ou conferência. Dois anos depois de sua morte, elas foram organizadas e selecionadas para serem publicadas em livro e formam dois volumes de cerca de 400 páginas cada um. Aqui eu traduzo uma dessas notas, sobre o assunto favorito desse grande padre oratoriano: Maria. Ela data da Quaresma de 1856. Mesmo as notas incompletas desse grande devoto de Maria valem mais que muitos livros modernos sobre a Mãe de Deus.


I. Nosso Senhor é nosso exemplo e nosso Redentor.
1. Daí a necessidade de estudar os quatro Evangelhos como nossa regra de vida.
2. Nessas coisas que parecem as menos adequadas à Sua Divindade, Ele parece ser o maior de nossos exemplos.
3. E essas coisas estão principalmente sob os títulos de humilhação e submissão.
4. Exemplos: Os quarenta dias no deserto; Sua permanência no templo aos doze anos de idade. Seleciono esses exemplos como os que, na superfície, são os menos imitáveis.
5. Mas acima de tudo, a maior parte daqueles trinta e três anos dados a Maria, trinta do total de trinta e três, e muito dos outros três. 
II. Sua dependência de Maria.
1. Ele esperou seu consentimento para Sua Encarnação, e determinou o momento por causa dela.
2. Sua infância com o uso da razão, ainda assim dependendo dela.
3. Ele parece ter deixado os negócios de Seu Pai ao retornar do templo para Nazaré.
4. Por dezoito anos, Ele foi simplesmente sujeito a ela.
5. A tradição de que Ele pediu-lhe permissão para iniciar Seu Ministério, e novamente para enfrentar a Sua Paixão.
6. A seu pedido, Ele antecipou Seu tempo de obrar milagres.
7. Ele perpetuou essa dependência na Igreja ao transferi-la a nós por meio de São João.
III. Nossa dependência de Maria.
1. Sua posição em relação a nós é assim simplesmente a que era em relação a Ele.
2. Toda verdadeira devoção a ela não é nada senão dependência dela.
3. Essa dependência é baseada na;
a) Crença em seu poder;
b) Confiança em seu amor.
4. Todas as coisas boas que falham, falham porque não possuem nelas o suficiente de Maria.
5. Devemos colocar as coisas em suas mãos, e nos voltar a ela pelos resultados.
6. Ela deve estar incrustrada em nossas vidas, como estava no ministério da Igreja.
7. Santidade é impossível para nós sem Maria – pois, Deus criou um sistema consistente, e ela é parte dele, por vontade d’Ele.
Ah, se nós nos lançássemos mais do que fazemos sobre Maria, com todo o peso de nosso amor, com todo o peso de nossas necessidades! Ela está amando cada um de nós neste exato momento, com um amor insuperável. Nenhum amigo, nenhum parente, nenhum santo, nenhum anjo foi para nós o que ela tem sido. É maravilhoso o que ela nos tem feito sem nenhum pedido nosso. Mais maravilhoso ainda é o que ela tem feito com o pouco que lhe pedimos. Mas o mais maravilhoso de tudo é o que ela pode fazer e fará, se pedirmos mais, acreditarmos mais, confiarmos mais. Ah, nós que chamamos a terra de nosso desterro, e o céu, nossa casa, e Maria o Rainha do Céu, como então não percebermos que não pode haver celestial predisposição que não esteja repleta de lealdade à grande Rainha?

22/02/2013

Hereges: 2ª edição

Sai a 2ª edição do livro de Chesterton, Hereges. É uma indicação muito boa de que, 100 anos depois, o gênio inglês ainda fala aos homens numa linguagem inteligível. Os hereges da época de Chesterton se tornaram legião e hoje se encontram em todos os lugares.
 
O prefácio dessa edição é assinado por este escriba que vos fala. Nele procuro situar o autor nas discussões de então e definir quem eram os tais hereges acusados por Chesterton. Tento também ligar essa luta de Chesterton contra a intelligentsia com autores mais modernos, que empreendem a mesma luta. É isto, a verdade é a mesma, e seus inimigos também.
 
Boa leitura!

20/02/2013

Leituras Quaresmais de 2013

Este é um tempo que podemos e devemos nos entregar a leituras edificantes. Além dos Evangelhos das Missas diárias deste tempo, há muitos outros livros que podem nos auxiliar a viver este tempo mais integralmente.

Escolha um só livro, esta é a minha sugestão, e o leia lentamente, um pouco cada dia, dos 40 que temos, como uma disciplina quaresmal, como uma espécie de mortificação, trocando a leitura por uma coisa que normalmente fazemos por prazer; prazer lícito, obviamente.

Abaixo, dou dez sugestões.

1. Imitação de Cristo;
2. Glórias de Maria, de Santo Afonso;
3. Filotéia: introdução à vida devota, de São Francisco de Sales;
4. A Prática do Amor a Jesus Cristo, de Santo Afonso;
5. História de Uma Alma, Santa Teresinha do Menino Jesus;
6. A Alma de Todo Apostolado, de Dom Jean-Baptiste Chautard;
7. Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima, São Luiz de Montfort;
8. O Inferno, de Monsenhor de Segúr;
9. Meditações sobre os Principais Mistérios da Virgem Santíssima Senhora Nossa, Pe. Manuel Bernardes;
10. Tratado da Oração e da Meditação, São Pedro de Alcântara.

15/02/2013

Roberto de Mattei se pronuncia sobre a renúncia de Bento XVI.

Em 11 de fevereiro, dia da Festa de Nossa Senhora de Lourdes, o Santo Padre Bento XVI comunicou ao Consistório de cardeais e a todo o mundo sua decisão de renunciar ao Pontificado.
 
O anúncio foi acolhido pelos cardeais, “quase inteiramente incrédulos”, “com a sensação de perda”, “como um raio em céu sereno”, segundo as palavras dirigidas em seguida ao Papa pelo cardeal decano Angelo Sodano.
 
Se foi tão grande a perda dos cardeais, pode-se imaginar quão forte tem sido nesses dias a desorientação dos fieis, sobretudo daqueles que sempre viram em Bento XVI um ponto de referência e agora se sentem de algum modo "órfãos", senão mesmo abandonados, em face das graves dificuldades da Igreja no momento presente.
 
No entanto, a possibilidade da renúncia de um Papa ao sólio pontifício não é de todo inesperada. O presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, Karl Lehmann, e o primaz da Bélgica, Godfried Danneels, haviam apresentado a ideia da “renúncia” de João Paulo II, quando a sua saúde havia se deteriorado.
 
O cardeal Ratzinger, no seu livro-entrevista Luz do Mundo, de 2010, disse ao jornalista alemão Peter Seewald que se um Papa percebe que não é mais capaz, “fisicamente, psicologicamente e espiritualmente, de desempenhar os deveres de seu ofício, então ele tem o direito e, em certas circunstâncias, também a obrigação, de renunciar”.
 
Ainda em 2010, cinquenta teólogos espanhóis haviam manifestado sua adesão à Carta Aberta do teólogo suíço Hans Küng aos bispos de todo o mundo, com estas palavras: “Acreditamos que o pontificado de Bento XVI pode ter-se exaurido. O Papa não tem a idade nem a mentalidade para responder adequadamente aos graves e urgentes problemas com os quais a Igreja Católica se defronta. Pensamos, portanto, com o devido respeito por sua pessoa, que deve apresentar sua demissão ao cargo”.
 

O concílio da mídia

O Papa Bento XVI, em discurso para o clero de Roma, faz afirmações, digamos, curiosas. Afirma que existiram dois concílios na década de 1960: o dos padres e o da mídia. O vencedor foi o da mídia que: “criou muitas calamidades, muitíssimos problemas, tanta miséria, na realidade: seminários fecharam, conventos fecharam, a liturgia foi banalizada… e o verdadeiro Concílio batalhou para se materializar, para ser realizado: o Concílio virtual foi mais forte que o Concílio real.” Os padres do concílio “se realizava dentro da fé”, enquanto a “a mídia via o Concílio como uma batalha política, uma batalha pelo poder entre diferentes correntes dentro da Igreja. Era óbvio que a mídia ficaria do lado de qualquer facção que mais se adequasse ao seu mundo. Havia aqueles que buscavam uma descentralização da Igreja, poder para os bispos e então, pela expressão “Povo de Deus”, o poder ao povo, ao leigo. Havia esta tripla questão: o poder do Papa, então transferido ao poder dos bispos e, então, ao poder de todos… soberania popular. Naturalmente, eles viam isso como a parte a ser aprovada, promulgada, favorecida.”
 
O momento é por demais grave para ficarmos nos demorando sobre esta questões, mas é preciso dizer que já não é mais possível concordar com o Papa Bento, depois de tantos estudos históricos sobre o Concílio. Não é possível acreditar que o Concílio que não deu certo foi o concílio que a mídia criou, pois a mídia não celebra Missa, não faz homilias, não promulgou uma Missa protestantizante, não tirou a batina dos padres, não tirou os santos, o Crucifixo e o confessionário das Igrejas, não promulgou os documentos do Concílio, não fez os discursos lamentáveis nas aulas conciliares, não deu o golpe nos esquemas originais, não perseguiu todos os que tentaram se ater à Igreja de Sempre.
 
Não, Santo Padre! Isso não pode ser dito sobre a mídia. Isso precisa ser dito sobre os Padres Conciliares, sobre as Conferencias Episcopais, que passaram a afirmar e fazer coisas cada vez mais estranhas à Tradição de Sempre. A Conferência Francesa, por exemplo, decretou, em 1978, a inexistência do Inferno, só para dar um exemplo.
 
Não, Santo Padre! Foram os bispos e os padres que, dando prosseguimento a um tal “espírito do Concílio”, causaram a gravíssima situação em que estamos afundados. Situação inclusive que é, quase certamente, a causa de vossa renúncia!
 
Não, Santo Padre! com todo o respeito, não foi isso que aconteceu.

14/02/2013

Depois da renúncia do Papa: Cruzada de um milhão de Terços por dia.

Nota: Notícia publicada em The Remnant.

O Centro Culturale Lepanto lançou a Cruzada: “Hoje, 11 de fevereiro, o dia de comemoração da aparição da Imaculada Conceição em Lourdes, e depois da renúncia de Sua Santidade o Papa Bento XVI, estou pedindo sua participação numa Cruzada de Terços, cujo objetivo é a recitação diária de um milhão de Santos Terços, de agora até o final do Conclave, para o bem maior da Santa Igreja e para apressar o Triunfo do Imaculado Coração da Virgem Maria no mundo.”

Com essas palavras começa o discurso de Fabio Bernabei, Presidente do Centro Culturale Lepanto, lançando essa importante iniciativa, num momento particularmente importante para a Igreja Católica. A iniciativa está claramente em sintonia a mensagem de Nossa Senhora a Santa Bernadete Soubirous em Lourdes, em 11 de fevereiro de 1858. Com o Terço é possível vencer todos os obstáculos que Satã coloca diante da Igreja de Cristo e no caminho da santidade.

“Conhecemos o poder e a eficácia que Terço tem diante de Deus e de Seu Filho,” escreveu a Irmã Lúcia de Fátima. “Esta é a razão porque a própria Nossa Senhora participa, em suas aparições, das recitações do Terço, como em Lourdes com Santa Bernadete e em Fátima comigo, Francisco e Jacinta. E quando as contas deslizam em nossos dedos, os anjos e santos nos acompanham. Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa do Terço.”
Hoje, a luta entre os apoiadores do terror e da desordem, e os defensores da paz de Cristo na Ordem de Cristo “se deslocou da sociedade temporal para a espiritual e se identifica com a Santa Igreja,” como observou Plínio Correa de Oliveira e seu livro Revolução e Contra-Revolução.
Mas os fiéis, Bernabei argumenta, não devem temer, pois, como Santa Teresa confirma: “por mais sérios que sejam os pecados dos homens, desde que recitem o Terço, Deus não abandonará o mundo, porque ele [o Terço] é poderoso diante de Seu Coração”.
Exortamos todos – conclui presidente Bernabei – a participar e divulgar a cruzada de um milhão de Terços, procurando rezar diariamente uma ou mais dezenas do Terço onde quer que vocês se encontrem: em igrejas, no trabalho, em casa e mesmo NAS RUAS!
 
CENTRO CULTURALE LEPANTO
www.lepanto.org

13/02/2013

Memento, homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris.

Nota: Leitura absolutamente fundamental para hoje, quarta-feira de cinzas, é o sermão do Pe. Antônio Vieira.
 
O TEMPO DA QUARESMA 

1. Significação deste Tempo. Durante estes quarenta dias os Cristãos se unem intimamente aos sofrimentos e à morte do Divino Salvador, a fim de ressuscitarem com Ele para uma vida nova, nas grandes solenidades pascais.
 
Nos primeiros tempos do Cristianismo esta ideia fundamental achava sua aplicação no Batismo dos catecúmenos e na reconciliação dos penitentes. Por toda a liturgia da Quaresma, a Igreja instruía os pagãos que se preparavam para o Batismo. No sábado santo mergulhava-os nas fontes batismais, de onde saíam para uma vida nova, como Cristo do túmulo. Por sua vez os fiéis, gravemente culpados, deviam fazer penitência pública e cobrir-se de cinzas (Quarta-feira de cinzas), para acharem uma vida nova em Jesus Cristo. Convém reparar nestes dois elementos, para compreender a liturgia da Quaresma e a escolha de muitos textos sagrados.
 
2. Nossa participação neste Tempo. No ofício das Matinas do I. domingo, lemos o sermão que o Papa S. Leão Magno, no século V, dirigiu ao povo, explicando a liturgia da Quaresma: "Sem dúvida, diz ele, os Cristãos nunca deveriam perder de vista estes grandes Mistérios... porém esta virtude é de poucos E preciso contudo que os Cristãos sacudam a poeira do mundo. A sabedoria divina estabeleceu este tempo propício de quarenta dias, a fim de que as nossas almas se pudessem purificar, e por meio de boas obras e jejuns, expiassem as faltas de outros tempos. Inúteis seriam porém os nossos jejuns, se neste tempo os nossos corações se não desapegassem do pecado". 
 
Lendo estas palavras, parece-nos assistir à abertura de um retiro. Com efeito, a Quaresma é o grande retiro anual de toda a família cristã, sob a direção maternal e segundo o método da Santa Igreja. Este retiro terminará pela confissão e comunhão geral de todos os seus filhos, associados assim, realmente, a Ressurreição do Divino Mestre, e ressurgindo por sua vez a uma vida nova.
 
As práticas exteriores que devem desenvolver em nós o espírito do Cristo e unir-nos a seus sofrimentos, são o jejum, a oração e a esmola.
 
O jejum é imposto pela santa Igreja a todos os fiéis, depois de 21 anos completos até atingirem os 60 anos. Seria um engano pernicioso não reconhecer a utilidade desta mortificação corporal. Seria menosprezar o exemplo do próprio Cristo e pecar gravemente contra a autoridade de sua Igreja. O Prefácio da Quaresma nos descreve os efeitos salutares do jejum, e aqueles que por motivos justos são dele dispensados não o estarão do jejum espiritual, isto é, de se privarem de festas, teatros, leituras puramente recreativas, etc.
 
A oração. Assim como a palavra jejum abrange todas as mortificações corporais, da mesma maneira compreende a palavra oração todos os exercícios de piedade feitos neste tempo, com um recolhimento particular, como sejam: a assistência à santa Missa, a Comunhão frequente, a leitura de bons livros, a meditação especialmente da Paixão de Jesus Cristo, a Via Sacra e a assistência às pregações quaresmais.
 
A esmola compreende as obras de misericórdia para com o próximo. Já no Antigo Testamento está dito: "Mais vale a oração acompanhada do jejum e da esmola do que amontoar tesouros" (Tob. 12, 8).
 
Praticando essas obras, preparavam-se antigamente os catecúmenos / para o Batismo que iam receber no sábado de Aleluia, enquanto os penitentes públicos se submeteram a elas com espírito de dor e arrependimento de coração. Saibamos também nós que aquele que não faz penitência perecerá para toda a eternidade (Luc. 13, 3).
 
Renovemos era nós a graça do Batismo e façamos dignos frutos de penitência. Os textos das Missas, a cada passo nos exortam a isto.
 
Convém entretanto evitar que a nossa piedade seja excitada por compaixão sentimental ou tristeza exagerada. Sim, é um combate, uma morte terrível que vamos contemplar, mas é também, e sobretudo, uma vitória, um triunfo. Em verdade assistiremos a uma luta gigantesca do homem novo; ouviremos os seus gemidos, seguiremos os seus passos sangrentos, contaremos todos os seus ossos; mas isto é apenas um episódio de sua vida; o desenlace é um grito de vitória, um canto de triunfo.
 
3. Particularidades deste Tempo. A cor dos paramentos é a violácea. Omite-se completamente o Aleluia, e o Glória só se canta nas festas dos Santos. Os altares são despojados dos seus enfeites e o órgão se cala, menos no IV Domingo. No fim das Missas do Tempo, o Sacerdote diz: Benedicámus Domino, em vez de Ite, Missa est, para exortar os fiéis a perseverarem na oração. 
 
Cada dia deste tempo tem a sua "estação", com indulgências especiais e uma liturgia própria, cujos Cânticos e Leituras nos incitam à penitência e à conversão, enquanto as Orações imploram para nós o perdão e a graça.
 

In Missal Quotidiano, D. Beda Keckeisen, O.S.B., Tipografia Beneditina, LTDA, Bahia, junho de 1957.

11/02/2013

Michael Matt, do The Remant, se pronuncia sobre a renúncia do Papa.

A assessoria de imprensa do Vaticano fez um anúncio esta manhã que chocou o mundo: o Santo Padre Bento XVI renunciará no final de fevereiro. 
 
Claramente, a Igreja está entrando em águas que são perigosas e desconhecidas. Vamos presumir o melhor acerca da decisão do Santo Padre em renunciar, em razão da falta de forças, aos 85 anos de idade, para levar adiante as suas funções papais. 
Antes de adicionar qualquer outro comentário, acreditamos que orações e reflexões adicionais são necessárias. Mas pode-se já afirmar, contudo, que os lobos no interior e fora do Vaticano tem estado circulando o envelhecido pontífice desde quando ele se elegeu para a cadeira de Pedro. Bem no início de seu reinado, o Papa Bento pediu nossas orações para que ele não fugisse por medo dos lobos.
E agora todo o mundo é confrontado com uma questão que pode nunca ser respondida, nem mesmo pela própria história: O Papa está renunciando porque os lobos em sua volta atingiram seu objetivo diabólico, ou ele encontrou um modo de esquivar-se de seus desígnios maléficos ao se subtrair de suas garras? Nós acreditamos na última hipótese. O Papa Bento XVI não permitirá que os lobos ajam mais em seu nome em detrimento da Igreja. Os vatileaks mostraram que isso é mais que uma mera e louca teoria da conspiração. 
E agora? Rezemos incessantemente para um sucessor mais jovem, mas ainda com mentalidade tradicional, que tentará levar adiante as reformas que o Papa Bento foi, muito obviamente, impedido de continuar. 
Que Deus nos ajude, e que Ele proteja e abençoe Sua Igreja sitiada pelo mundo e próxima de um caos interno total. Rezemos pelo Papa Bento e supliquemos que misericórdia de Deus olhe por ele e o proteja agora e sempre.
Michael J. Matt
The Remnant.

Michael Voris se pronuncia sobre a renúncia de Bento XVI.


A FSSPX se manifesta sobre a renúncia de Bento XVI.

A Fraternidade Sacerdotal São Pio X tomou conhecimento do súbito anúncio da renúncia do Papa Bento XVI, que se efetivará na noite de 28 de fevereiro de 2013.
 
Apesar das diferenças doutrinais que se tornaram evidentes na ocasião das discussões teológicas ocorridas entre 2009 e 2011, a Fraternidade não esquece que o Santo Padre teve a coragem de lembrar o fato de que a Missa Tradicional nunca tinha sido abrogada, e eliminar as sanções canônicas que tinham sido impostas aos bispos após suas consagrações em 1988. Ela não desconhece a oposição que essas decisões estimulou, obrigando ao papa a se justificar aos bispos de todo o mundo.
 
A Fraternidade expressa-lhe sua gratidão pela força e constância com que ele tem se dirigido a ela em circunstâncias tão difíceis, e lhe assegura suas preces agora que ele deseja se devotar ao recolhimento.
Seguindo seu fundador, o Arcebispo Marcel Lefebvre, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X reafirma sua fidelidade à Roma Eterna, Mãe e Instrutora (Mater et Magistra) da Verdade, e à Sé de Pedro. Ela reitera seu desejo de dar sua contribuição, segundo suas habilidades, na resolução da grave crise que está sacudindo a Igreja. Ele reza para que, sob a inspiração do Espírito Santo, os cardeais do próximo conclave possam eleger o papa que, de acordo com a vontade de Deus, trabalhará para a restauração de todas as coisa em Cristo (Ef 1, 10).
 
Menzingem, 11 de fevereiro de 2012,
Festa de Nossa Senhora de Lourdes.

08/02/2013

Palestra domingo (10/02), depois da Missa, no Colégio Monte Calvário: os Novíssimos.


“Em todas as tuas obras lembra-te dos teus novíssimos, e nunca mais pecarás.” (Eclo 7, 40)




Com o começo iminente da Quaresma, escolhi o tema dos Novíssimos para nos estimular à penitência e à conversão. Lembro aqui o grande Cardeal Manning que, no início de uma série de palestras proferidas no século XIX, nos lembra o seguinte.
 
SINCE last Lent began, how many souls that were gathered here have passed into eternity? And before another Lent begins, how many will stand before the Great White Throne? Who among us shall be the first to go to judgment? Let us therefore enter upon this Lent as if knowing it to be our last; let us begin this time of conversion to God as if we were sure that another would never be granted to us. “Bring forth, therefore, fruits worthy of penance, for now the axe is laid to the root of the tree, every tree therefore that bringeth not forth good fruit is hewn down, and cast into the fire.” (S. Matt. iii. 8-10.)
Desde a última Quaresma, quantas almas que aqui estavam passaram para a eternidade? E antes mesmo da próxima Quaresma, quantas não estarão ante o Grande Trono do Altíssimo? Quem dentre nós será o primeiro a ser julgado? Entremos pois na Quaresma como se ela fosse nossa última; comecemos este tempo de conversão a Deus como se estivéssemos seguros de que outro não seria dado a nós. “(8) Fazei, pois, frutos convenientes ao arrependi-mento. (10) Já o machado está posto à raiz das árvores e toda árvore que não dá bom fruto será cortada e deitada ao fogo.” (Mt 3: 8, 10)
 
Estão todos convidados!

07/02/2013

Pe. Morerod, agora bispo, nunca me enganou!

Dom Charles Morerod, OP

 
 
 

Depois do “Jesus sorrindo”, vem aí o “Jesus, alegria que contagia”.

Nota: referência a Jesus sorrindo.

Como vocês sabem, a Igreja pós-conciliar, seguindo a grande tradição de uns dois anos, sempre comemora o carnaval. Esta festa foi sempre combatida pela Igreja de Sempre, pelos grandes santos, pelos papas, por todos enfim. Por que a Igreja sempre combateu o carnaval? Porque, como ela se preocupa com a salvação das almas, ela sabe que o carnaval é a festa em que mais pecados se cometem. O carnaval é um instrumento muito eficiente para se povoar o Inferno.
 
Mas lá em Engenho do Meio, bairro de Recife, a Paróquia Nossa Senhora das Graças montou um bloco carnavalesco chamado “Acorda Católico”, que pela segunda vez saiu, dia 01 de fevereiro, pelas ruas do Recife. O lema do "Acorda Católico" é "Jesus, alegria que contagia". O pároco João Roberto, diz: “Em 2012, tivemos pouco tempo para preparar a festa e mesmo assim a comunidade respondeu bem ao convite. Recebemos muitos elogios o que nos deu força para promover mais uma vez o Acorda Católico. Por isso, esperamos pelo menos quatro mil participantes”. Diz ainda o Pe. João: “Vamos rezar pelas vítimas da tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e também para que o nosso carnaval seja de dias de paz e alegria, sem violência”. Segundo o padre, o maior objetivo do evento foi mostrar para a sociedade que é possível se divertir sem drogas e sem fazer uso da violência. “Provamos que é possível brincar sem excessos, sem expor a própria vida nem a dos outros. É essa mensagem que queremos levar”.
 
Vocês entenderam, não é? A única coisa condenável do carnaval, segundo esse padre, é a violência. Sair pelado pelas ruas e fornicar a todo instante, desde que isso seja feito sem drogas e violência, pode.
 
O Espírito Santo põe na boca de São Paulo umas palavras muito oportunas e que Pe. João devia ouvir com muita atenção (negritos meus)(Rom 1, 28-32):
 
(28) E como não houveram por bem ter de Deus um maior conhecimento, abandonou-os Deus em poder do seu juízo pervertido, a ponto de cometerem eles ações que não convinham, (29) repletos de toda a iniquidade, de perversidade, de cupidez, de malícia; entranhados na inveja, no homicídio, na discórdia, no engano, na malignidade; (30) maldizentes, caluniadores, odiosos a Deus, ultrajadores, orgulhosos, arrogantes, engenhosos no mal, rebeldes para com os pais, (31) estultos, desleais, incapazes de afeição, desapiedados; (32) gente que, embora conhecendo a divina sentença, que proclama dignos de morte os que fazem tais ações, não só as cometem, mas aprovam também os que as praticam.
 
Que Deus tenha piedade desse padre, porque dele não podemos dizer: perdoai-lhe, Deus, porque ele não sabe o que faz!

06/02/2013

Seis vantagens da aplicação das nossas indulgências às almas do Purgatório.

Nota: o blog já está em preparação para a Quaresma de 2013 e oferece aos leitores este extraordinário texto de Pe. Faber sobre as almas do Purgatório. Quaresma é tempo de pensarmos em nossos pecados e nos Novíssimos.

Tudo por Jesus, Pe. W.F. Faber,
trad. portuguesa,
H. Garnier, Livreiro-Editor, s.d.
 
Há pessoas que aplicam às almas do purgatório todas as indulgências que lucram; outras pelo contrário, guardam-nas todas para si mesmas, e ninguém tem o direito, certamente, de condenar este modo de proceder. Pois quem ousaria contestar a quem quer que fosse uma liberdade que a Igreja lhe concede? Graças a Deus, não tenho semelhante pretensão. Sem embargo, vou expor livremente o meu modo de sentir a este respeito. Contudo, cingir-me-ei estritamente ao que dizem sobre esta matéria os teólogos e os autores espirituais.

A graça é um benefício tão grande, que devemos procurar aumentá-la por todos os meios possíveis; e não há caminho mais curto para chegar a este fim, que converter a satisfação em mérito: é o que faremos ganhando indulgências para as almas do purgatório. Esta devoção acumular-nos-á grandes tesouros espirituais, e ao mesmo tempo que será agradável a Deus tiraremos dela uma imensa utilidade para nós mesmos. Examinemos alguns dos frutos que produz esta devoção, o que nos tornará mais generosos para essas filhas de Deus, essas esposas do Espirito Santo, que nós favoreceremos com nossas orações e boas obras, sem receio de que o fruto destas seja perdido para nós. Realmente, tira-se um grande proveito não reservando nenhuma parte das próprias obras de satisfação, das indulgências que se ganham, mas oferecendo-as por inteiro pelas santas esposas do nosso amadíssimo Redentor, que gemem entre os mais cruéis sofrimentos.

04/02/2013

Domingo da Sexagésima

Nota: O Evangelho deste domingo mereceu um grande sermão de Pe. Antônio Vieira. Segue abaixo um comentário apologético de Pe. Júlio Maria.

Evangelho (Lc 8, 4-15)
Comentário Apologético
do Evangelho Dominical, Pe. Júlio Maria

Naquele tempo, tendo-se reunido muito povo, e como os habitantes de várias cidades tivessem ido a Jesus, propôs-lhes Ele esta parábola: Saiu o semeador a semear sua semente; e ao semeá-la, parte caiu junto ao caminho e foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra parte caiu sobre a pedra, e quando nasceu, secou logo, por não haver umidade. Outra parte caiu entre os espinhos, e os espinhos, nascendo com ela, a sufocaram. E outra parte caiu em boa terra, e depois de nascer, deu fruto, cento por um. Dito isto, clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Seus discípulos perguntaram-Lhe, pois, que significava essa parábola. E Ele lhes respondeu: A vós é dado conhecer o Mistério do Reino de Deus, porém aos outros se fala em parábolas, para que, olhando, não vejam, e ouvindo, não entendam. Este é, pois, o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão ao longo do caminho, são os que a ouvem, mas vindo depois o diabo, tira-lhes a palavra do coração, para que se não salvem, crendo nela. Os de sobre a pedra, são os que recebem com gosto a palavra, quando a ouviram; porém estes não têm raízes; até certo tempo creem, mas no tempo da tentação, desviam-se. A que caiu entre os espinhos: são estes os que ouviram, porém indo, afogam-se com cuidados, riquezas e deleites da vida e não dão fruto. E a que caiu em boa terra: são os que, ouvindo a palavra, guardam-na com o coração bom e perfeito e dão fruto na paciência.
COMMENTARIO APOLOGÉTICO: Constituição da religião

E' outra parábola que o Evangelho de hoje nos apresenta: a do semeador.
O semeador é Deus que lançou a semente divina da religião — a sua palavra, — no terreno das almas que compõem este campo imenso da humanidade.

Esta semente, infelizmente, não caiu toda no bom terreno; uma parte caiu em terreno duro, outra em terreno pedregoso, outra em terreno coberto de espinhos e outra em terreno fértil.
E' o que explica que ao lado da única religião verdadeira, há várias religiões falsas. Todas no fundo, como veremos, provêm da semente divina, o terreno, porém, não era próprio para o seu desenvolvimento: daí nasceram plantas raquíticas, outras disformes, outras quase desconhecíveis.
No fundo de todas estas religiões, encontra-se entretanto, um ponto comum: suas partes constitutivas, que correspondem ás três grandes aspirações do homem: conhecer, amar e servir.
A estas três aspirações correspondem as 3 partes essenciais da religião, que são: 
1. O dogma, que devemos conhecer;
2. A moral, que devemos amar;
3. O culto, que devemos manifestar. 

02/02/2013

Jesus sorrindo!


Recebo de um amigo estupefato uma mensagem que lhe teria sido enviada com umas imagens de Jesus Cristo sorrindo, brincando com crianças, abraçado a duas mulheres, etc. No pé das imagens vem um texto: “Que bom ver Jesus de um modo diferente, que não aquela imagem sofrível que sempre vemos, principalmente nos templos religiosos, Ele pendurado numa cruz. JESUS ESTÁ ENTRE NÓS E NÃO MAIS CRUCIFICADO.” Meu amigo afirma que recebeu a mensagem de um católico.

Fico a imaginar que tipo de atitude mental não terá um católico para enviar tal mensagem. Vem-me à mente, como contraste, uma frase de um catecismo para criança, que recomenda: à noite faça um exame de consciência, peça perdão pelos pecados cometidos, reze três Ave-Marias, e vá para cama meditando sobre o isolamento de Jesus no Jardim das Oliveiras. Que contraste enorme de posições. Um católico que se sente estimulado a divulgar uma mensagem com os dizeres acima, e o catecismo para crianças, que as recomenda meditar sobre as dores de Nosso Senhor.

“Que bom ver Jesus de um modo diferente...” É o modo como eu O pretendo ver no Céu.

“Não com aquela imagem sofrível...” Aquela imagem é a nossa imagem, aquele peso que Ele carregava é o peso de nossos pecados, aquela tristeza é a tristeza pela perdição das almas.

“Principalmente nos templos religiosos, Ele pendurado numa cruz...” Quem O dependurou na cruz fomos nós e nos templos Ele está no Sacrário, tão completamente, tão realmente, tão presentemente, como está no Céu.

“Jesus está entre nós e não mais crucificado...” A cada injúria que Ele recebe de Seus inimigos e dos integrantes de Seu Corpo Místico, é mais um prego que pregamos em sua Cruz. Ele está, por ser Deus, em todos os lugares, de maneira diferente. Ele está em nós, Ele está na natureza, Ele está no Céu, Ele está até no Inferno, por meio de sua Justiça.

Que Deus possa ter piedade desse católico!

01/02/2013

Missa Tridentina da Festa da Purificação de Nossa Senhora: dia 02 de fevereiro.

Pela graça de Deus, teremos em Belo Horizonte a celebração da Missa da Purificação de Nossa Senhora, no Rito Tridentino. Pe. Tarciso celebrará a Festa.
 
A Missa será precedida pela benção e procissão da velas. Assim, levem velas para que elas seja abençoadas.
 
 
 
Data: 02 de fevereiro
Horário: 16h30
Local:  Capela Nossa Senhora da Sabedoria, que fica à rua Diabase 320, no Prado.
 
Sobre a Festa, lê-se o seguinte no Missal.
 
A lei mosaica proibia a entrada no Templo à mulher que tivesse dado à luz. Passado o tempo legal, devia ela oferecer um cordeiro e um pombo, ou se fosse pobre, dois pombos. Isto feito, era declarada pura pelo sacerdote e podia novamente entrar no Templo. Outra lei prescrevia que todo primogênito do sexo masculino tinha de ser consagrado como propriedade exclusiva de Deus. Jesus e sua Mãe não estavam sujeitos às leis, mas apesar disto obedeceram a elas.
 
A significação profunda deste dia é que Maria Santíssima oferece o seu próprio Filho ao Padre eterno e dessa maneira toma parte na Redenção do mundo. Com esta solenidade conclui-se o Tempo de Natal e estabelece-se a transição para o Mistério da Redenção. O Filho de Deus nasceu no mundo para ser sacrificado pelo mundo.
 
BÊNÇÃO DAS VELAS
 
O dia é solenizado pela Bênção e Procissão das velas. Jesus Cristo é a Luz do mundo. As festas de Natal e Páscoa nos ensinam isto. O simbolismo das velas ardentes está bem expresso nas Orações desta Bênção. Os Cristãos que levam as velas acesas na procissão, renovam o que prometeram no Sacramento do Batismo: caminhar ao encontro do Senhor por uma conduta digna do nome de Cristãos, para se reunirem a Ele no templo da glória.